sexta-feira, 6 de junho de 2014

Resenha: Malévola

A grande aposta da Disney para 2014 chegou e nos surpreendeu com uma nova leitura do conto da Bela Adormecida.




 Aproveitando a onda feminista embalada por Frozen e Valente, temos uma protagonista bem mais complexa, interpretada por Angelina Jolie. O roteiro é simples, porém bem criativo. Conta a verdadeira história da Malévola, o que fez com o que ela se tornasse "bruxa".

 Seria basicamente assim: Malévola era uma poderosa fada que vivia feliz com os seres mágicos da floresta. Sua vida muda quando ela se apaixona por Stefan (Sharlto Copley). Mas a ambição de se tornar o sucessor do rei faz com que ele a traísse e despertasse o ódio dela. Malévola se torna uma fada amarga, com a ajuda de seu corvo ela descobre que Stefan (agora rei) se tornou pai.

 Como vingança ela lança uma maldição sobre a sua filha, princesa Aurora (Elle Fanning): que aos dezesseis anos ela seria espetada e cairia num sono da morte, só seria acordada pelo o beijo do amor verdadeiro. 

Até aí parece o conto de fadas original mas a história começa ficar interessante quando o rei pede para as fadas enviarem Aurora para a floresta, longe de todos para a sua proteção. Mesmo assim, com ajuda de seu fiel escudeiro o corvo Diaval (Sam Riley) Malévola acompanha  o seu crescimento e, aos poucos a criança vai conquistando-a. 

Os personagens tem seus próprios dramas, fraquezas e dualidades. Angelina Jolie soube mostrar de maneira bem natural e convincente, desde sua inocência, seu ódio por ser enganada e seu arrependimento pelo o que fez com a Aurora. Stefan também não é totalmente mal na história, você notará que ele sente algo por Malévola e isso fez com que ele não a matasse, mas sua ganância o deixou cego e louco. 

Há também outros personagens mais rasos como Aurora, que é sempre doce e alegre. Diaval responsável por alguns momentos cômicos. As atrapalhadas fadas Tristlewit(June Temple), Jnotgrass (Imelda Staunton) e Flittle (Lesley Manville). Acontece também um pré-romance com o príncipe (Brenton Thwaites), mas nada é aprofundado aqui.

O roteiro é bem simples, linear e com algumas reviravoltas, nada decepcionante. Tudo ali é equilibrado, tem momentos de humor, emoção e ódio na hora certa. O cenário é do mesmo criador de Avatar e Alice no País das Maravilhas, então você pode imaginar o delírio visual. Realmente o ambiente criado por computador é bem rico e complexo, cheio de criaturas e seres instigantes. 

A fotografia trabalha bem o colorido e os tons escuros que acompanham as mudanças na personalidade da protagonista. A trilha sonora complementou de forma densa e sombria. O figurino como sempre, caprichado (Especialidade da Disney). 

Destaque para a composição da Malévola. Os efeitos e as cenas de ação dão aspecto mais adulto, lutas emocionantes mas sem serem sangrentas afinal o filme é para os pequenos também. A direção fez a história ficar ágil e delicada ao mesmo tempo, sem deixá-la cansativa. Lembra um pouco o Senhor dos Anéis.

Ponto Negativo

A Disney parece que tem um pouco de preguiça em investir em roteiros, é claro que esse é bem melhor que o de Alice e Oz. Mas alguns personagens poderiam ser melhores explorados como a própria Aurora que acabou ficando sem personalidade não pela atuação que foi boa, mas pela a sua criação. A personagem ameaça a ter um espírito aventureiro de liberdade mas fica no meio do caminho tudo é praticamente resolvido pelos os outros. 

Ponto Positivo

O grande ponto positivo dessa fábula é o foco, a proposta é mantida desde início permitindo a evolução da trama sem cenas desnecessárias e apelativas.

Com certeza vale a pena assistí-lo, mais uma opção de entretenimento de qualidade para todas as idades. Sobretudo, mostra que somos capazes de amar e odiar na mesma intensidade, mas também trazendo uma lição de arrependimento e rendição.

Fique com a música tema do filme Once Upon a Dream Lana Del Rey





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